“Deixe a natureza trabalhar para você” : Colher tomates em casa é fácil

Uróboro: símbolo presente em diversas culturas. A cobra que morde o próprio rabo, como nós, sociedade pós-industrial que estamos colhendo o que plantamos.

Imagem: Uróboro, simbolo ancestral

“Se o seu sistema está te dando muito trabalho, você ainda não pensou o suficiente.”, diz Scott Pittman, um instrutor de permacultura.

Por sistema entende-se todo processo dinâmico de gerenciamento de recursos, como a nossa própria casa e até mesmo a nossa própria vida, com as necessidades, resíduos e energia que geramos. 

A ideia de que temos que trabalhar duro, fazer muito esforço para conseguir algo, nos é incutida desde a família e a escola. Mas, depois de passar um tempo praticando permacultura, uma outra ideia vai se delineando: ninguém precisa sofrer para conseguir nada. Na natureza, não é assim que funciona e, se somos seres naturais, podemos viver assim também.

Retroalimentação – Padrão natural

Um dos princípios que mais chama atenção na permacultura é o da criação de sistemas resilientes (resistentes), que geram a própria energia de que necessitam localmente. Isso significa, por exemplo, não depender de recursos externos, trabalhar com recursos locais, começar agora, fazer com o que se tem na mão.

Numa floresta, é assim: tudo se retroalimenta. As folhas que caem geram terra e cobertura para alimentar as sementes, além de proteger o solo da perda de nutrientes pela ação da chuva, do vento e do Sol . Observando a natureza, o homem pode fazer o mesmo.

 Ou seja, trabalhe pouco e melhor. Pense, crie sistemas mais independentes.

É preciso que os processos sejam auto-regulados, que o resíduo se torne matéria-prima e de novo alimente o sistema.

Autorregulação

Quando passamos mais de 2 meses autossuficientes na produção de tomates, começamos a entender essa ideia. As sementes de tomate vieram de nosso próprio lixo orgânico e a terra onde ele nasceu foi terra de nosso composto. A compostagem doméstica reduz em 60% o volume de lixo que é colocado para o sistema público de coleta. Uma economia e tanto de dinheiro para as Prefeituras. É também a partir do material gerado pelo seu próprio lixo orgânico que vão começar a nascer seus pés de tomate e outros alimentos.

Repetindo: a grande mudança que necessitamos fazer é de consumo, para a produção, mesmo que em pequena escala, em nossos próprios quintais. Se 10% de nós fizessem isso, haveria o suficiente para todos. Assim, vê-se a futilidade dos revolucionários que não tem jardins, que dependem do próprio sistema que atacam, que produzem palavras e balas, e não alimento e abrigo.” (Bill Mollison)

Veja o video:

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Sobre

Marina Utsch e Peter Cezar apresentam no Guia de Permacultura os princípios para criar sistemas eficientes e autossuficientes em energia.
Por meio da observação da Natureza é possível reverter o atual estado de degradação em que a EROI (Energia retornada em comparação com a energia investida) na extração dos minerais e combustíveis não renováveis vem baixando de 100:1 para 3:1. Estamos próximos da exaustão?
Na dúvida, o Guia de Permacultura te ajuda a se preparar para os cenários futuros.
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