De onde vem nosso alimento?
Pergunta fundamental à nossa saúde, já diz o “Evangelho Essênio da Paz”. O meu alimento vem de quintais próximos, agricultores/as que conheço e é coletado nos campos. A dica de hoje é a vitamina de jatobá com limão.
Sim, vamos ter de aprender a comer as frutas e alimentos locais. Eles gastam menos energia da natureza para serem produzidos, pois estão adaptados às condições climáticas regionais.
Jatobá é uma árvore nativa de nossa região, clímax, só dá em sistemas florestais avançados. Uma árvore dá fruto em grande quantidade e o fruto é completo em termos de vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas e gorduras.
Eu que não sou boba nem nada, e que não tomo leite com frequência, tratei logo de fazer a vitaminas das crianças com a massa do jatobá amolecida em água de um dia para o outro.
Bato no liquidificador manual e tiro os caroços. Acrescentando umas gotas de limão, fica uma vitamina delícia!
Espécies locais requerem menos adubo para alta produtividade
Uma afirmação de quebrar a cuca: A agricultura natural prega que não se utilize adubo. Os adubos químicos e minerais criam no solo e nas plantas uma situação de dependência, artificialidade e infertilidade. Já os estercos, segundo Mokiti Okada, são a causa para a degradação de nossa saúde, facilitando as verminoses em nosso corpo.
Mas agricultura sem adubo, é possível?
Idealmente e a longo prazo, com as técnicas da agricultura natural, é sim possível obter solos desintoxicados, com produção crescente. O segredo, assim como nos sistemas agroflorestais, é o uso de adubos vegetais. Plantam-se estacas, capins e árvores lenhosas de crescimento rápido para serem cortadas e devolvidas ao solo. A sucessão natural e a diversidade das espécies e árvores é usada em benefício da produção para o homem. Nesta concepção, não existe o “mato” e nem “ervas daninhas”. Elas são bioindicadoras devendo voltar para a terra, transformando-se em nutrientes e matéria orgânica. Há inclusive menor esforço e assim a espécie humana se torna um ser integrado à natureza e desfrutando dela em seu oásis autossustentável.
A curto prazo, entretanto, será difícil praticar agricultura natural, garantir produtividade e obter rendimento de solos quando estes estão intoxicados por uso contínuo de adubo quimico, ou empobrecidos, destruídos por queimadas, devastação da matéria orgânica e exposição ao Sol (sem cobertura morta). A camada orgânica, sabemos, é uma camada viva.
Por isso, elaborei uma lista de plantas adequadas a solos arenosos e empobrecidos de Cerrado, resistentes a baixa umidade e pouca chuva, que podem ajudar aos praticantes de agricultura natural a obter rendimento mais rápido de suas áreas de plantio.
Eis as plantas e sua multifuncionalidade:
- Maracujá > frutos, criação de solo (pulso) - Manjericão > tempero, salada, proteção do solo, barravento em baixo extrato, abelhas - Vetiver > óleo essencial, contenção em nível para nutrientes carreados pela chuva - Palma > Sai minerais para o solo, alimentação animal e humana, cerca viva e sebe - Malva > Óleo,vinagre, hidrolato, floral, biomassa para cobertura morta de canteiro - Margaridão > biomassa para cobertura morta de canteiros, formação de solo - Mandioca > alimento - Mamona: adubo verde - Moringa: pioneira lenhosa, adubo verde, alimento, purificação - Urucum: pioneira lenhosa, xarope, coloral para alimentos, fonte de ferro, produtos para a pele, cor - Amora, siriguela, ingá: pioneiras lenhosas, frutos Sugerido pelo colega Ludson: lablab (ervilhas e feijões comestíveis, adubo verde com boa produção de biomassa), sorgo (alimento mais fácil de produzir que o milho)