Simplicidade não é pobreza

Quakers e seu sistema de decisões por consenso

Logo no início da colonização da América, os quakers (foto acima) davam um exemplo peculiar de organização social: tomavam decisões por consenso, ouvindo as opiniões de todos e respeitando mesmo as minorias. Solução possível para o tal “a maioria votou e a minoria que engula”, que muitas vezes pode gerar boicote a projetos e narizes torcidos.

Quakers e o velho no novo

Eu sei que a gente parece maluco: nós aqui viajando no “velho” enquanto toda a sociedade está nos dizendo que temos de adquirir o “último modelo, mais moderno” ou “pintar seus cabelos brancos e esconder suas rugas”.

Bem, o que quero dizer com isso?

Globalização ou pasteurização? (Todo mundo pastel, todo mundo igual...)
Globalização ou pasteurização? (Todo mundo pastel, todo mundo igual…)

Uma prática comum na permacultura é preferir sempre usar os recursos locais. E por que? Porque quando privilegiamos o que está disponível em nossa região é mais fácil conhecermos e controlarmos os IMPACTOS de nossas ações. Além disso, diminui-se o gasto com transporte e, consequentemente, o uso de petróleo e combustíveis fósseis.

Se antes falávamos em GLOBALIZAÇÃO, no milagre de atravessar mundo(s) para levar recursos e informação, hoje temos também uma outra volta na espiral do tempo, com o resgate das culturas locais e a valorização da diversidade de saberes regionais ancestrais.

Use recursos locais

Outro dia, o Roberto, um leitor do Guia, me escreveu querendo saber nossa opinião sobre o uso de areia de praia na bioconstrução. Perfeito do ponto de vista de “usar recursos locais”, só que, como ele explicou, o sal da areia destrói e corrói as paredes. 

Matutei e minha resposta para o Roberto seria a seguinte:

O batizado de Macunaíma, de Tarsila do Amaral.
O batizado de Macunaíma, de Tarsila do Amaral.

Permacultura: tecnologia ancestral

Para pensar permaculturalmente nesse caso o que devemos fazer é olhar para o PASSADO e (re)inventar o futuro. Como os povos tradicionais (no caso da praia, os caiçaras, pescadores e indígenas) construíam suas casas?

São eles que darão o exemplo das tecnologias apropriadas àquela realidade local. Certamente, eles sabiam (e sabem) tudo de bioconstrução.  E, provavelmente, o material que escolhiam era dos mais abundantes localmente.

E assim descobrimos que a DIVERSIDADE de saberes é RIQUEZA, que, o que alguns em seus cabrestos associam à pobreza, são apenas modos de viver diferentes, tecnologias milenares, produtos da adaptação e resiliência dos povos.

Sabedoria ancestral inspirando a ciência moderna. Isso é permacultura.

Se você também acha que a vida dos povos tradicionais do Brasil é uma riqueza e que a simplicidade não é pobreza, CLICA AQUI e VEM COM A GENTE!

Sobre

Marina Utsch e Peter Cezar apresentam no Guia de Permacultura os princípios para criar sistemas eficientes e autossuficientes em energia.
Por meio da observação da Natureza é possível reverter o atual estado de degradação em que a EROI (Energia retornada em comparação com a energia investida) na extração dos minerais e combustíveis não renováveis vem baixando de 100:1 para 3:1. Estamos próximos da exaustão?
Na dúvida, o Guia de Permacultura te ajuda a se preparar para os cenários futuros.
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