Tecnologias simples, liberdade, design. Isso é permacultura.
Depois do PET Tubete (nós chamamos assim, mas tem outros nomes por aí), nossas experiências com a “autoirrigação” seguiram por caminhos tortuosos, experimentando a lei da capilaridade.
Fazer permacultura é também FAZER CIÊNCIA NA VIDA COTIDIANA, buscando soluções práticas, baseadas na observação da natureza, que possibilitem a criação de sistemas integrados e automáticos (e sustentáveis).
A capilaridade é a tendência que á água tem de fluir até mesmo contra a força da gravidade quando conduzida por vasos ou tubos bem finos (os capilares).
E o que isso tem a ver com permacultura?
Bem, se você vai viajar e precisa que suas plantas não morram, você pode por água numa bacia e deixar seus vasos em contato com essa água que será “sugada” na medida necessária. Um simples barbante também pode ser usado e aumentará o poder de manter a terra de seus vasos sempre úmida (veja ilustração abaixo).
Slow tech
Na onda da máxima inteligência e “design” para mínima necessidade de esforço, que é a onda da tecnologia, no nosso caso “slow tech”, eis que da capilaridade chegamos à subirrigação e iniciamos nossos estudos sobre os canteiros “autoirrigados”.
Plantas crescendo sem a necessidade do trabalho humano (digo, com pouca exigência de cuidados). Isto sim é automatização!
Pois bem, mão na massa.
Vaso autoirrigável
– Vaso (impermeável, ou seja, sem furos por baixo): constitui-se de uma caixa plástica ou de madeira revestida com lona por dentro.
– Recipientes de armazenagem da água: garrafas plásticas posicionadas ao fundo e com uma série de furos para permitir a subida da água por capilaridade
– Tubo de alimentação: pedaço de cano de 40 mm.
– Mangueirinha ou cano bem fino: para o furo de drenagem
– Pano, carpete ou bidim.
– Pedrinhas ou britas.
Passos:
– Deitar as garrafas no sentido horizontal e fazer furos em um dos lados formando com elas vários pequenos canos perfurados.
– Posicionar as garrafas no fundo do recipiente impermeável (vaso), preenchendo também os espaços vazios entre as garrafas com britas. Esta será a camada de água.
– Em uma das garrafas fazer um furo e encaixar o cano de 40 mm formando o tubo de alimentação. Colocar a garrafa de volta no vaso, mantendo o tudo de alimentação na vertical, conforme o desenho.
– Fazer um buraco no vaso ou recipiente impermeável encaixando nele a mangueirinha para funcionar como furo de drenagem. Esse furo servirá como saída do excesso de água Um detalhe importante é que o furo não deve ficar muito alto, pois é necessário pemitir que uma camada de ar seja possível de se formar entre a água e a terra. Isso evitará problemas com apodrecimento das raízes. Além disso, as plantas também precisam de ar no solo.
– Após preencher o fundo com garrafas e pedrinhas e posicionar o tubo de alimentação e o furo de drenagem, coloque em cima um carpete ou pano para isolar a camada de terra da camada de água evitando assim que a terra tampe os furos nas garrafas e impeça a subida da água por capilaridade.
– Preencha o seu vaso normalmente, lembrando-se de fornecer nutrientes às plantas por meio de um solo composto por húmus e nutrientes orgânicos, areia e substrato mais grosso para evitar endurecimento da terra e impermeabilização do solo (como acontece quando se coloca apenas argila).
– Plante! (Outro detalhe importante é que o vaso não seja muito raso para que não fique muito úmido. 40 centímetros de altura é uma boa medida)
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